VERSÍCULOS BÍBLICO

Apocalipse

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Amós Política e Justiça Social como Parte da Adoração

Amós 
Política e Justiça Social
como Parte da Adoração

Assim diz o Senhor: Como o pastor livra da boca do leão as duas pernas ou um pedacinho da orelha, assim serão livrados os filhos de Israel que habitam em Samaria, no canto da liteira e na barra do leito.

-Amós 3.12

Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabelecei o juízo na porta; talvez o Senhor, o Deu dos Exércitos, tenha piedade do resto de José.

-Amós 5.15


Introdução

O assunto política sempre dividiu opiniões, e não é diferente quando se fala de política com cristãos. Esse tipo de assunto não costuma ter fim em virtudes das opiniões manisfestas por simpatizantes e antipatizantes a ideia de pessoas nascidas de novo estarem envolvidas com questões políticas nos governos em nossos dias.
Até que ponto Deus se interessa realmente por política e justiça social? É possível crer que a forma como vivemos delimita se Deus recebe ou não a nossa adoração a Ele devotada? Neste capítulo, veremos que a justiça social, praticada ou não por nos, interfere também em nossa relação com Deus.

Quem Foi Amós

Pouca coisa se sabe de Amós. Um dos poucos momentos em que encontramos na Bíblia uma referência á sua procedência ou origem é por ocasião da sua resposta a Amazias, sacerdote em Betel, que acusou Amós de ser um conspirador contra o rei: "E respondeu Amós e disse a Amazias: Eu não era profeta, nem filho de profeta, mas boieiro e cultivador de sicômoros. Mas o Senhor me tirou de após o gado e o Senhor me disse: Vai e profetisa ao meu povo Israel" (Am 7.14,15). É possível entender que por ser uma pessoa de origem simples, e por suas atividades diárias-boieiro e cultivador de sicômoros-não haja registro de seus ancestrais. Sabemos que ele era da tribo de Judá, de um ligar chamado Tecoa, a 22 quilômetros de Jerusalém. Seu ministério foi exercido no Reino do Norte.
Amós talvez não fosse a pessoa mais indicada para trazer uma profecia nas circunstâncias em que ele se encontrava. Ele não era profeta ou, pelo menos, não tinha estudado para ser profeta! Tinha procedência simples, ainda mais para as pessoas ás quais iria profetizar: a classe dominante e sofisticada em Israel. A linhagem de Amós não era muito refinada também: ele chamou as mulheres ricas da cidade de "vacas", uma linguagem nada ortodoxa para aqueles dias. Mas foi esse homem que Deus escolheu para
trazer um duro juízo contra a sociedade israelitas corruptas e injusta.

Sua Mensagem 

Em primeiro lugar, Amós nos mostra que Deus se utiliza de quem Ele quer, e que Ele pode se utilizar de pessoas que, dentro dos nossos padrões, não seriam enquadradas como adequadas a certas funções. Amós era um homem rústico, de origem humilde, com um vocabulário limitado e nenhum compromisso com as normas cerimoniais que regiam a convivência dentro das suntuosas casas dos ricos israelitas.
Ele era de Judá, mas profetizou para Israel. E além de tudo, era um "leigo na igreja", ou melhor, não era uma pessoa acostumada com os trabalhos de liderança nem de administração dos sacrifícios e leis cerimoniais descritos no Pentateuco, Mark Dever diz que 

Muitas vezes Deus chama pessoas inesperadas para
servi-lo de formas surpreendentes, não é mesmo? 
Apenas rememore as histórias do Antigo Testamento.
O pagão Abraão tornou-se pai dos fiéis. O octogenário 
e gaguejante Moisés tornou-se o grande doador da Lei
e libertador de Israel. O jovem pastor Davi tornou-se
o maior rei de Israel... e Deus chamou Amós, o leigo 
da igreja e lavrador, para ser profeta de uma nação 
que parecia próspera e bem-sucedida.

O cenário religioso e social de Israel era de total descaso para com as coisas de Deus. Os sacerdotes se aproveitavam de suas funções para tratar de seus próprios interesses e se tornarem ricos. Quem tinha dinheiro podia comprar sentenças judiciais de juízes corruptos, usurpando o direito dos mais necessitados. Pai e filho dormiam com a mesma prostituta.
E todos tinha a certeza de que, se seguissem os rituais descritos na lei de Moisés, não precisavam se preocupar com suas vidas pessoais.
A situação era tão séria que Deus deu a Amós uma visão em que apareceu um prumo, um instrumento com o qual uma parede era medida, para que se verificasse se estava reta ou não. Com o prumo, um hábil construtor poderia ver se a parede poderia ser ou não aproveitada em uma reforma, ou se deveria ser demolida para que outra fosse colocada em seu lugar. E o prumo de Jeová mostrou que a parede de Israel estava torta. Essa falta de retidão não demonstrada apenas na forma como cultuavam, mas principalmente na forma como o mais abastados tratavam os mais crentes, exigindo deles tributos e fazendo pouco caso do que a Lei ordenava no tocante á ajuda necessária aos pobres. A profecia de Amós tinha por objetivo mostrar ao povo de Deus que a prosperidade financeira não poderia instituir a arrogância e a acomodação em relação á prática da justiça social.
A transgressão do povo era tão séria que vale a pena aqui recordar alguns versos que tratam da assistência e da justiça social em Israel. A Lei de Moisés trazia diversas observações sobre os cuidados que o israelitas deveriam ter uns com os outros:

ÊXODO 22.25
Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre
que está contigo, não lhe imporás usura. [Um
israelita não poderia cobrar juros a uma pessoa
pobre, com objetivos de enriquecimento pessoal.]
              
23.6 Não perverterás o direito do teu pobre na sua 
demanda. [As causas judiciais deveriam ser julgadas
de forma equilibrada. A parte mais fraca, o pobre,
não poderia ter seu direito pervertido pelo julgador.]

19.15 Não fareis injustiças no juízo; não aceitarás 
o pobre, nem respeitarás o grande; com justiça 
julgarás o teu próximo. [Aqui o norma obriga o juiz 
a realizar um julgamento juto, não privilegiando
nenhum dos que se apresentavam diante dele.]

25.35 E, quando teu irmão empobrecer, e as suas 
forças decaírem, então, sustenta-lo-ás como 
estrangeiro e peregrino, para que viva contigo. 
[Deus ordena que haja um auxílio no caso de um 
irmão não ter em si mesmo forças para trabalhar
e ganhar com o trabalho de sua mãos o seu sustento.]

25.39 Quando também teu irmão empobrecer, estando
ele com contigo, e se vender a ti, não o fará servir
serviço de escravo.[A Lei presava pela dignidade
humana dos israelitas, mesmo numa época em que 
a escravidão era aceita como uma prática social 
normal. O irmão pobre , que se vendia por uma 
questão de necessidade temporária, não deveria ser
tratado como escravo.]

Quando vemos que um dos pilares da verdadeira
religião é a preocupação e ação de auxílio para
com "os órfãos e as viúvas" (Tg 1.27), e que os 
israelitas estavam fazendo pouco caso daquilo que
a própria Lei ordenava, não devemos nos surpreender
que Deus tenha ficado tão irado com o seu próprio 
povo. O descaso com as coisas de Deus traz 
consequências sérias.

Deuteronômio

15.9 Guarda-te que não haja palavra de Belial
no teu coração, dizendo: Vai se aproximando o 
sétimo ano, o ano da remissão, e que o teu olho 
seja maligno para para com teu irmão pobre, e
não lhes dês nada; e que ele clame contra ti ao
Senhor, e que haja em ti pecado. [Esse mandamento 
proibia que um pobre que vendia seu trabalho a 
um irmão fosse liberado de suas obrigações sem
receber qualquer resultado do seu trabalho.]

15.11 Pois nunca cessará o pobre no meio da 
terra; pelo que te ordeno, dizendo: livremente 
abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu
necessitado e para o teu pobre na tua terra.
[Deus deixa claro que sempre haveria pobre em 
Israel, mas também mostra que os mais abastados
deveriam cuidar dessas pessoas, com generosidade.]
   
24.15 No seu dia, lhe darás o seu salário, e o 
sol se não porá sobre isso; porquanto pobre é,
e sua alma se atem a isso; para que não clame 
contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado. [Aqui
Deus trata do salário do trabalhador diário,
que não poderia ter protelada a sua entrega, sob
pena de Deus ouvir a oração do pobre e reconhecer 
o rico como uma pessoa em que havia pecado.]

Como tais normas foram esquecidas e pervertidas, Deus usou os profetas para trazer a memória do povo o seu próprio pecado:

Isaías

1.7 Aprendi a fazer o bem; praticai o que é reto;
ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai 
da causa das viúvas.

1.23 Os teus príncipes são rebeldes e companheiros
de ladrões; cada um deles ama os subornos e corre 
após salários; não fazem justiça ao órfão, e não 
chega perante eles a causa das viúvas.

3.14 O Senhor vem em juízo contra os anciãos do seu
povo e contra os seus príncipes; é que fostes vós
que consumistes esta vinha; o espólio do pobre está
em vossas casas.

3.15 Que tendes vós que afligir o meu povo e moer 
as faces do pobre?-diz o Senhor, o Deus dos Exércitos.

10.2 para prejudicarem os pobres em juízo, e para
arrebatarem o direito dos aflitos do meu povo, e 
para despojarem as viúvas, e para roubarem os órfãos!

58.7 Porventura, não e que também que repartas o teu
pão com o faminto e recolhas em casa os pobres 
desterrados? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas
daquele que é da tua carne?

Ezequiel

16.49 Eis que está foi a maldade de Sodoma, tua irmã:
soberba, fartura de pão e abundância de ociosidade 
teve ela e suas filhas; mas nunca esforçou a mão do
pobre e do necessitado.

Daniel

4.27 Portanto, ó rei, aceita o meu conselho e desfase 
os teus pecados pela justiça e as tuas iniquidades,
usando de misericórdia para com os pobres, e talvez
se prolongue a tua tranquilidade.

Amós

4.1 Ouvi está palavra, vós, vacas de Basã, que estais 
no monte de Samaria, que oprimis os pobres, que 
quebrantais os necessitados, que dizeis a seus 
senhores: Dai cá, e bebamos.

5.11 Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis
um tributo de trigo, edificareis casas de pedras
 lavradas, mas nelas não habitareis; vinhas desejáveis
plantareis, mas não bebereis do seu vinho.

8.6 para comprarmos os pobres por dinheiro e os 
necessitados por um par de sapatos? E, depois, 
venderemos as casas do trigo.

Zacarias 

7.10 e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente o mal cada
um contra o seu irmão, no seu coração.

Em lugar de ser um exemplo para as nações, os pecados
Israel excederam os dos gentios. Amós deixou claro
que o Reino do Norte, ainda que orgulhoso de sua 
história e recentes sucessos sob o reinado de 
Jeroboão II, era mais ofensivo aos olhos de Deus 
do que as nações vizinhas. 

Malaquias 

3.5 E chegar-me-ei a vós para juízo, e serei uma
testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra
os adúlteros, e contra os que defraudam o 
jornaleiro, e pervertem o direito da viúva, e do
órfão, e do estrangeiro, e não me temem, diz o 
Senhor dos Exércitos.


Essas citações selecionadas mostram o quanto Deus se preocupava com o bem-estar de seu povo, e o quanto Ele estava indignado com o descaso dos mais abastados em relação àqueles que pouco ou nada tinham. Para Deus, tal situação merecia um duro juízo. Deus sabia que pobre sempre existiriam em Israel, e deixou claro que eles deveriam ser assistidos.

Em que Aspecto a História de Amós Fala Conosco

A expressão, "justiça social" merece uma analise mais acurada em nossos dias, pois os profetas tratam desse assunto sem muita cerimônia. Nos dias desses homens de Deus, a justiça social referia-se ao cumprimento da lei no tocante ao próximo e ao respeito com que ele deveria ser tratado, independentemente de sua condição social. Em diversas citações, Deus acusa os Israelitas de agirem de forma ímpia para co seus irmãos menos favorecidos. A ideia de praticar a justiça social está declarada na Lei de Moisés, no trato com aqueles que precisavam de ajuda.
Deus é contra a riqueza?
De forma alguma. Como vimos em alguns versículos acima, Deus tratou de ricos e pobres. Os ricos deveria ter um coração generoso para com os menos abastados, de forma que aqueles que tinham muito não sentiriam falta daquilo que estavam oferecendo, e os que pouco tinham o necessário para sua subsistência. Esse era o padrão de Deus. Portanto, Deus jamais foi contrário às riquezas, mas também incentivou o auxilio como uma demonstração de justiça social. O problema era que os ricos descritos por Amós tinham acumulado muitas propriedades, esquecendo das necessidades de seus irmãos.
Aquela terra era , acima de tudo, do Senhor, e desprezar os pobres era o mesmo que ter descaso para com o concerto com Deus.Em lugar de ser um exemplo para as nações, os pecados Israel excederam os dos gentios. Amós deixou claro que o Reino do Norte, ainda que orgulhoso de sua história e recentes sucessos sob o reinado de Jeroboão II, era mais ofensivo aos olhos de Deus do que as nações vizinhas. Quando vemos que um dos pilares da verdadeira religião é a preocupação e ação de auxílio para com os "órfãos e as viúvas" (Tg 1.27), e que os israelitas estavam fazendo pouco caso daquilo que a própria lei ordenava, não devemos nos surpreender que Deus tenha ficado tão irado com seu próprio povo. O descaso com as coisas de Deus traz consequências sérias.

                           O livro

O livro de Amós possui nove capítulos, e é dividido em 3 seções:

I. O Julgamento Iminente, 1.1-2.16

A. Título e Tema, 1.1,2

B. Oráculos contra as Nações Vizinhas, 1.3-2.3

C. Oráculo contra Judá, 2.4,5

D. Oráculos contra Israel, 2.6-16

II. Sermões sobre o Futuro Julgamento de Israel, 3.1-6.14

A Relação de Israel com Deus, 3.1-8

A Pecaminosidade de Samaria, 3.9-4.3

A Profundidade da Culpa de Israel, 4.4-5.3

Exortação e Condenação, 5.4,15

O Aparecimento de Jeová, 5.16-25

Invasão e Exílio, 5.26-6.14

III. Visões e Epílogo, 7.1-8.3

AS Visões de Amós, 7.1-8.3

Pecado e Julgamento, 8.4-14

O Julgamento Inexorável, 9.1-7

Epílogo, 9.8-15

Profecias Cumpridas em Amós

Deus permitiu que o povo de Israel fosse enviado ao exílio, mesmo sendo um povo escolhido. As mulheres ricas da cidade, que ajudavam a oprimir os pobres, foram levadas como escravas (Am 4.1,2). Deus destruiu também os altares de Betel, que eram usados para a idolatria, e a destruição de Israel também se concretizou. Com o passar do tempo, Deus também cumpriu sua palavra de trazer de volta do exílio nos séculos IV e V, concretizando-se o plano de Deus: "E removerei o cativeiro do meu povo Israel, e reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e lhes comerão o fruto. E os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o Senhor, teu Deus" (Am 9.14,15).

Junio Silvino de Souza
    




                               
      


   
  

  
  
               



quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Avivamento!!!

UM AVIVAMENTO DE VERDADE
A Igreja do Senhor Jesus precisa viver em permanente clima de Avivamento.
Isto significa que ela precisa desfrutar ininterruptamente as bênçãos vivificadoras que lhe são proporcionadas pelo Espirito Santo e pela Palavra de Deus, Sl 119.25,154; Jo 6.63; Rm 8.1,2.
A Igreja que vive em Avivamento experimenta uma superior qualidade de vida e assim deixa de conceder prioridade aos elementos horizontais e de dedicar seu tempo, sua fe e suas energias ao que realmente conta, numa verticalização que a torna invencível e invulnerável, Mt 16.18; 6.33.
Em tempos de Avivamento a Igreja supera todas as circunstancias adversas, pois jamais despreza os supremos valores da Palavra, da oração, da fe e do jejum, armas sobejamente recomendadas nas Escrituras Sagradas.
O verdadeiro Avivamento apaga os holofotes que cegam, anula o egoísmo que atormenta e neutraliza a vaidade que embriaga e perturba corações e mentes.
Um genuíno Avivamento tem a propriedade de apagar o falso fogo dos interesses pessoais e induz os líderes do povo de Deus a se perdoarem mutuamente e viverem a união preconizada por Jesus em Joao 17.
Os personagens proeminentes em tempos de Avivamento não são os pregadores que divertem o publico e levam massas ao delírio, mas os profetas que denunciam o pecado e conduzem o povo ao quebrantamento que produz arrependimento e perdão.
Avivamento verdadeiro desmonta as passarelas nas quais desfilam os show-men enquanto projeta as luzes da humildade e da integridade que acompanham os arautos da verdade cristalina do Evangelho simples de Cristo.
O verdadeiro Avivamento não permite concorrências entre Pedro, Paulo e Apolo, nem entre Barnabé, Silas e Timóteo, os quais são apenas servos, misericordiosamente escolhidos para proclamar as virtudes do Ressuscitado.
O verdadeiro Avivamento não se baseia na comercialização do sagrado, no amealhar voraz e insaciável de fortunas que financiam tanto a Obra quanto o Obreiro, as vezes mais este que aquela.
O mais profícuo market do Evangelho não consiste nos out-doors que promovem seres mortais, e sim nos testemunhos vibrantes, sobrenaturais e irrefutáveis dos milagres realizados pelo Nazareno, Imortal e Eterno.
Precisamos de um Avivamento que restaure as vigílias de oração, que transforme cânticos frugais em adorações piedosas e transcendentais, que conceda aos Ministérios transparência e credibilidade em assuntos de finanças e que aproxime mais os pastores das ovelhas e os lideres de seus respectivos liderados.
Quando o Avivamento irrompe, os cárceres se abrem, as Lídias se convertem, os filhos de Ceva se transformam, os coxos da Porta Formosa voltam a andar e os Zaqueus confessam as muitas irregularidades de sua jornada de vida.
Saudemos, de todo o coração, o Avivamento que vem. E deixemo-lo tomar conta: das vidas, das famílias, dos lares, dos púlpitos, dos Ministérios, das cidades e do Pais inteiro, para a gloria de Deus, para expansão do Seu Reino e para um apressamento da Volta do Senhor Jesus.


Geziel Gomes 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Oseias o Matrimônio como exemplo de relacionamento com Deus

                                                                            
                                                                              Oseias
                                                         
                                                        O Matrimônio como Exemplo de
                                                             Relacionamento com Deus

Ela, pois, não reconhece que eu lhe dei o grão, e o mosto, e óleo e lhe multipliquei a prata e o ouro, que eles usam para Baal.
-Oseias 2.8
E acontecerá naquele dia, diz o Senhor, que me chamarás: Meu marido e não me chamarás mais: Meu Baal.
-Oseias 2.16
                                                                             Introdução
Deus tem formas muito didáticas para lidar com seu próprio povo, e Oseias, o primeiro dos chamados profetas menores, é um exemplo disso.
Nele vemos a forma que Deus chama a atenção de Israel e de sua infidelidade, e de que forma agiria para que seu povo se tornasse para Ele.É uma prova do quanto Deus ama seu povo insistentemente, ainda que esse mesmo povo não mereça.
                                                                        Quem Foi Oseias
Oseias, o primeiro dos chamados profetas menores, foi filho de um homem chamado Beei. A Bíblia registra que ele se casou e que teve três filhos. Pelo que apresenta a Bíblia, sua mulher, Gomer, foi uma prostituta. Ela deu a Oseias três filhos: Jezreel (Deus espalhou), Lo-Ruama, uma menina (desprezada) e Lo-Ami, outro filho (Não é meu povo). Há quem creia que desses três filhos apenas o mais velho era de Oseias, e os dois outros seriam frutos das traições de Gomer. A família de Oseias, como se percebe, não era das mais dignas de ser serem seguidas.
A literalidade do casamento de Oseias tem sido muito discutida. Muitos especialistas no AT pensam que Deus não ordenaria a um de seus profetas que se casasse com uma prostituta.

Oseias descreve os
Acontecimentos como
rLiterais, a ponto de dizer
que Gomer tem três
filhos depois de se casar
com ele. Além disso,eu
nenhuma referência
existe na profecia de que
o casamento de Oseias
com Gomer deve ser
entendido como uma
figura parabólica.

Entende-se que Oseias, por ser profeta, era um homem consagrado.
Como Deus iria ordenar a um homem temente a casar-se com uma mulher cuja reputação era questionável, por força de seus hábitos reprováveis? Se essa perspectiva puder ser ceita, teremos então que tal união jamais aconteceu.
Ocorre que Oseias descreve os acontecimentos como literais, a ponto de dizer que Gomer tem três filhos depois de se casar com ele. Além disso, nenhuma referência exite na profecia de que o casamento de Oseias com Gomer deve ser entendido como uma figura parabólica. 
Nesse aspecto, para que aja um equilíbrio dentro das diversas opiniões, Gleason L. archer Jr sugere que a melhor solução ao problema acha-se na suposição que quando Oseias se casou com Gomer, está não seria uma mulher de moral abertamente baixa. Se Oseias entregou sua mensagem em anos posteriores, pode ter considerado a história da sua tragédia doméstica, e descoberto nela a mão orientadora de Deus...

Mais importante que 
saber quem foi Oseias é 
é a certeza de que ele era
um homem de Deus, e
que ouviu a voz de Deus
para que cumprisse uma 
ordem nada ortodoxa:
casar com uma mulher 
dada á prostituição.

A posição de Archer tem por objetivo, como foi dito, solucionar o problema aparentemente moral que envolvia o cumprimento da ordem de Deu ao profeta. Esse é uma proposta que considero equilibrada, mas como não há uma referência no tocante ao momento em que Gomer se tornou uma prostituta, tratarei este capítulo como se ela já fosse uma mulher de moral questionável quando Deus ordenou a Oseias que se casasse com ela, até em respeito á narrativa do próprio profeta. 
Para que não tenhamos dúvidas da procedência divina dessa ordem, lembremo-nos de Oseias 1:2 "O princípio da palavra do Senhor a Oseias; disse, pois, o Senhor, a Oseias...". Duas vezes o Senhor é citado apenas no verso 2 do capítulo 1 de Oseias, e não por redundância. Ele desejava que soubéssemos que realmente essa ordem partiu dEle.
Em alguns momentos, Deus ordena a seus servos que cumpram certas missões nada ortodoxas. Ordenou que Abraão oferecesse seu filho em holocausto em uma montanha. A Josué, ordenou que atravessasse o Jordão no período de cheia do rio, e ordenou a Josafá que mandasse cantores na frente do exército, para que adorassem a Deus. É evidente que nos planos divinos a propensão a obediência rendeu resultados positivos. A Abraão, ordenou que parasse o ritual, preservando, assim, a vida de Isaque. Josué presenciou o rio Jordão e abrindo para que o povo passasse, e Josafá presenciou a derrota de seus inimigos pela mão de Deus. Mas e Oseias?

Oseias teve que contrair núpcias com uma mulher que partilhara sua cama com muitos outros homens.
  
A reprimenda de 
Deus não deve ser
desmerecida. O estado 
espiritual do povo era 
deplorável, e nem a 
liderança religiosa dava
o exemplo necessário
para que o povo se
arrependesse. Faltava
enino, como também
o temor.

Sua Mensagem

Oseias nos apresenta a história de um Deus que ama de forma insistente eu povo. Esse amor não é correspondido na mesma medida, como vemos ao longo da história do Antigo Tesamento. Apesar de Deus ter dado aos israelitas a liberdade, uma terra, transformando-os em uma nação e trazendo-lhes
prosperidade, os israelitas continua e facilmente se esquecia de Deus e de seus preceitos, abandonando-o e se voltando a outros deuses. Essa situação não é ditante da nossa própria
realidade, pois o homem tem facilidade de se esquecer de Deus e do amor demonstrado por Ele.
O casamento de Oseias com uma "mulher de prostituições" é uma comparação clara com a própria nação de Israel. Deus considerava o assunto prostituição de forma dupla: no sentido físico, quando os israelitas participavam de cultos a outros deuses que envolviam a pática sexual como parte da liturgia, e no sentido espiritual, deixando a adoração ao Senhor para envolverem-se com outros deuses.
A profecia de Oseias teve como destinatários os israelitas do Reino do Norte, Israel. Ellisen comenta que

embora sejam dados o nomes dos reis de Judá com a finalidade de localizar 
a época, e Judá seja mencionado no livro, a profecia é dirigida ao Reino do norte,
Israel... Dirige-se a ele como "Efraim" trinta e sete vezes,  em virtude da 
poderosa tribo do centro oriunda do muito abençoado filho de José. Efraim
quer dizer "fértil"

Matthew Henry diz acerca de Oseias e de sua mensagem:

Ele deveria convencê-los dos seus pecados, ao se desviarem de Deus em prostituições,
casando-se com uma mulher que praticava prostituição... Ele deveria predizer a
destruição que viria sobre eles por causa de seu pecado, nos nomes de seus filhos, 
o que significava que Deus os estava rejeitando e abandonando... Ele deveria falar da 
consolação ao reino de Judá, que ainda retinha a adoração pura a Deus, e assegurar-lhe
a salvação do Senhor... Ele deveria dar ma declaração da grande misericórdia que Deus tinha 
reservado tanto para Israel quanto para Judá, nos últimos dias...

A reprimenda de Deu não deve ser desmerecida. O estado espiritual do povo era deplorável, e nem a liderança religiosa dava o exemplo necessário para que o povo se arrependesse. Faltava enino, como também o temor:

O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; por que tu rejeitaste
o conhecimento, também eu te rejeitei, para que não seja sacerdote diante de mim;
visto que esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.
Como eles se multiplicaram, assim contra mim pecaram; eu mudarei sua honra em 
vergonha. Alimentam-se do pecado do meu povo e da maldade dele têm desejo ardente.
Por isso, como é o povo, assim será o sacerdote; e visitarei sobre ele os seus caminhos 
e lhe darei a recompensa das suas obras. (Os 4.6-9)

 Em que Aspecto a História de Oseias Fala conosco

Deus mostra, por meio de Oseias, o quanto algo tão agrado como casamento pode ser destruído de sacralidade por meio da infidelidade.
 Se tomarmos a expressão infidelidade como sinônimo de traição, não teremos dificuldade em entender o quanto essa prática é abominável.
Em algum momento de nossa vida, todos somos surpreendidos por pessoas que buscam nos ser adversárias, e de forma declarada. Denominamos esse tipo de pessoas de inimigos. Tais pessoas desejam o nosso mal e não medem esforços para que não tenhamos sucesso em nossas empreitadas. De certa forma, esses tipos de atitudes nos mostram quem são essas pessoas e como agem. Não nos surpreenderia qualquer oposição delas, pois são declaradamente nossas inimigas. Mas a traição é diferente. Não somos traídos por nossos inimigos. Somos traídos pelo que nos são próximos, por pessoas que se ligam a nós por laços de confiança. Lembremo-nos de Jesus e Judas. Judas era próximo de Jesus. Tinha visto os milagres que o Senhor fez. Presenciou conversas que nós desejamos muito ouvir. Mas não pensou muito quando lhe deram a oportunidade de trair Jesus por 30 moedas de prata. Independentemente dos motivos que o levaram a traição, o fato é que até hoje seu nome é símbolo de traidor.
Apliquemos tal raciocínio ao casamento. Deus não utilizou a figura de dois amigos para demostrar a destruição que a traição pode trazer. 
Deus utilizou a figura do casamento para demonstrar primeiro o quanto Ele amou e respeitou os israelitas, e também o quanto se sentia ferido pela traição do seu povo. Um cônjuge traído costuma se sentir trocado, inútil ao matrimônio e, em muitos casos, sem rumo para o futuro, ao meno naquele momento. Pense em um homem que fez de tudo para que seu casamento desse certo, ma que foi trocado por outro que, aos olhos da esposa, era mais bonito ou tinha mais dinheiro. Ou pense na mulher que se dedicou ao esposo e aos filhos, e de repente descobre que seu esposo partilhava a cama com outra mulher propensa a satisfazê-lo em seus desejos mais ocultos.
Deus se apresenta, na pessoa de Oseias, como um marido que foi traído por sua esposa. Foi a forma mais inteligente de Deus mostrar-se ao povo de Israel como aquEle que reclama a traição da nação depois de todas as coisas pelas quais foram beneficiados com o favor divino.
Acima de tudo, Oseias nos mostra que amar é uma decisão divina. Deus tinha tudo para desprezar Israel, da mesma forma que Israel o desprezou por séculos. Mas Deus foi insistente em seu amor.
Ainda que Israel buscasse amantes e ainda pagasse para se prostituir com eles. 

A prostituição e a idolatria nos dias de Oseias

A figura da prostituição está atrelada á prática da idolatria. Eram praticadas juntas, o que deixava Deus profundamente irritado. Primeiro, por que a adoração estava sendo deturpada, visto que o Criador estava sendo trocado por uma divindade criada pelos cananeus, e segundo, por que a adoração nesses cultos eram carregada de atos sexuais não permitidos por Deus.

Quando Deus disse a Oseias que se casasse com uma prostituta, como um 
símbolo vivo de Israel  e de sua infidelidade espiritual, Ele escolheu uma 
metáfora apropriada. O povo de Israel não apenas se prostituiu espiritualmente, 
mas também literalmente-a adoração de deuses cananeus envolvia relações 
sexuais com prostitutas do templo. Embora muitas pessoas continuassem a
adorar a Deus, também adoravam os deuses locais, como um tipo de garantia
de desastre espiritual. O Deus mais popular parecia ser Baal, que o povo julga_
va proporcionar fertilidade no campo, nos rebanhos e na família. Os adoradores
acreditavam, por exemplo, que a chuva era o sêmen de Baal. E aparentemente
pensavam que poderiam incentivá-lo, ou pelo menos, convencê-lo a 
honrar  pedido que eles faziam de chuva.
                                                                                                                                                                     A esperança para o casamento

Oseias mostra que a união entre Deus e seu povo começa com o reconhecimento de que Israel não teria mais prazer como demais deuses cananeus:

Por que sua mãe e prostitui, aquela que os concebeu houve-se torpemente
por que diz: Irei atrás de meus namorados, que me dão o meu pão e a minha
água, a minha lã e o meu linho, o meu óleo e as minhas bebidas. Portanto, eis 
que cercarei o teu caminho com espinhos; e levantarei uma parede de sebe,
para que ela não ache as suas veredas. E irá em seguimento de seus amantes,
mas não os alcançará; e buscá-los-á, mas não os achará; então, dirá: Ir-me-ei 
e tornar-me-ei a meu primeiro marido, por que melhor me ia, então, do que 
agora. (Os 2.5-7)


Infelizmente, Israel não consegue reconhecer que Jeová é o seu Deus, a não ser que se sinta privado daquilo que antes possuía. Essa é uma forma de julgamento de Deus para com seu povo, pois tudo o que Deus graciosamente lhes dava era utilizado para a idolatria: "Ela, pois, não reconhece que eu lhe dei o grão, e o mosto, e o óleo e lhe multipliquei a prata e o ouro, que ele usaram para Baal" (Os 2.8). Pior que isso, Gomer deixa seu esposo e seus filhos para tornar a vida de prostituições. Ela preferia uma vida de aventuras a se estabelecer como uma mulher de família e honrada. Mas sua vida de aventuras estava prestes a terminar, e de forma trágica.

O livro

O livro de Oseias possui 14 capítulos, divididos em três partes principais:

1º. Experiência e Entendimento, 1.1-3.5

A. A Vida Pessoal de Oseias, 1.1-2.1

B. A tragédia Pessoal e o Amor Redentor de Oseias, 2.2-23

C. Os Procedimentos de Oseias com Gomer, 3.1-5

2º. O Pecado de Israel, 4.1-13.16

A. A Infidelidade de Israel e sua causa, 4.1-6.3

B. A Infidelidade de Israel e seu Castigo, 6.4-10.15

C. O Amor de Jeová, 11.1-13.16

3º Arrependimento e Restauração, 14.1-9

A. A Súplica Final ao Arrependimento, 14.1-3

B. A Promessa de Bênção Última, 14.4-8

C. Epílogo, 14.9

Profecias Cumpridas em Oseias

De forma geral, os nomes dados aos filhos de Oseias mostram o que estava acontecendo e o que haveria de acontecer á nação de Israel.
Jezreel (Deus espalhou) tratava do julgamento vindouro " de Deus sobre as dez tribos de Israel, por causa do 'sangue de Jezreel' (v.4), uma referência ao massacre dos descendente de Acabe e Jezabel realizado por Jeú, profetizado por Elias (1Rs 21.21-24), ordenado por Eliseu (2Rs 9.6-10), e aprovado por Deus (10.30)".
Deus cobrou o sangue das mãos de Jeú, visto que excedeu a ordem do Senhor e matou Jorão (9.24), matou a Acazias, rei de Judá (9.27,28), e parentes de Acazias (10.12-14), o que não havia sido ordenado por Deu. Essa cobrança ocorreu com o assassinato de Zacarias, um rei que era descendente de Jeú, exterminado, assim, sua linhagem, de forma que não houvesse descendente de Jeú para o trono.  
Uma das referências futuras que encontramos em Oseias é acerca a referência que trata da ausência temporária de uma liderança espiritual para os filhos de Israel:


Por que os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, e sem príncipe, e sem sacrifício, e sem estátua, e sem éfode ou terafins. Depois, tornaram os filhos de Israel e buscaram o Senhor, seu Deus, e Davi, seu rei; e temerão o Senhor e a sua bondade, no fim dos dias. (Os 3.4,5)

Essa é uma consequência clara da prostituição dos israelitas: ficariam sem rei, profeta ou sacrifícios. Tem sido de entendimento comum que essa profecia será concretizada por ocasião da vinda do Messias, por ocasião do estabelecimento do reino milenar.
Outro texto trata da reunificação das tribos em um só grupo, que terá seu cumprimento por ocasião também da volta de Cristo:


Todavia, o número dos filhos de Israel será como a areia do mar, que não pode
medir-se nem contar-se; e acontecerá que, no lugar onde se lhes dizia: Vós não
sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois filho do Deus vivo.E os filhos de Judá e os filho 
de Israel juntos se congregarão, e constituirão sobre si uma única cabeça, e subirão da 
terra; porque grande será o dia de Jezreel. (Os 1.10,11)


Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele despedaçou e nos sarará, fez a ferida e a ligará. Depois de dois dias, nos dará a vida; ao terceiro dia, nos ressuscitará, e viveremos diante dele. Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra. (Os 6.1-3).














  

sábado, 10 de agosto de 2013

Os Profetas Menores e a Atualidade de sua Mensagem

 
Os chamados Profetas Menores-Oseias,Joel,Amós,Obadias,Jonas,Miqueias,Naum,Habacuque,Sofonias,Ageu,Zacarias e Malaquias-viveram em um período de tempo que vai do século oitavo a.C. ao século quinto a.C.; entretanto, a sua mensagem é ainda atual e pungente para os nossos dias, pois traz princípios e advertência voltados para questões sociais,politicas, familiares e espirituais que se aplicam á realidade de crentes de todas as épocas, além de conterem revelações escatológicas, sobretudo relacionadas ao futuro de Israel, que ainda irão se cumprir, e muitas profecias relativas á Primeira Vinda de Cristo, que já se cumpriram e são atestadas nos Evangelhos. 
O Profetas Menores são assim chamados não por que seus ministérios tenham tido menos importância em relação aos chamados Profetas Maiores - Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. Essa designação, que tem origem no cristianismo, expressa apenas o fato de aqueles foram profetas canônicos veterotestamentário que deixaram um menor registro de profecias em seus respectivos livros. Na Bíblia hebraica, eles estão contidos em um só volume e foram provavelmente agrupados dessa forma por volta de 425 a.C. por Esdras e a chamada Grande Sinagoga, um grupo formado por 120 doutores da Lei. Como destaca Isaltino Gomes, ''o volume contendo todos o Profetas Menores e constituiu de 67 capítulos e 1.050 versículos. É menor que Isaías, que tem 66 capítulos e 1.202 versículos; que Jeremias, que tem 52 capítulos e 1.364 versículos; e que Ezequiel, que tem 48 capítulos e 1.273 versículos. No entanto, [...] não se deve pensar que a extensão de sua obra posa nos levar a presumir de pouco valor espiritual. [...] Se tivermos sensibilidade e soubermos ouvir o que o Espirito Santo no enina atravé deles, nossa vida será grandemente enriquecida''.
Na literatura judaica, esses livros são chamados de ''Os Dose'' ou ''Os Dose Profetas''  ( ou Dodekapropheton no texto grego da Septuaginta) pelo menos desde 132 a.C. (outros datam 190 a.C.), época provável da produção do livro apócrifo Eclesiástico, escrito por Jesus Ben Sirac, que é o primeiro registro conhecido dessa designação: "Quando aos doze profetas, refloresçam os seus ossos em seus túmulos, pois fortaleceram Jacó, e redimiram-se (da servidão) por uma fé corajosa" (Eclesiástico 49.12). Quanto á designação cristã ''Profetas Menores'' , ela surgiu na Igreja Latina, segundo afirma Agostinho (345-430 d.C.), bispo de Hipona, em sua obra A Cidade de Deus.

A Atualidade da Mensagem dos Profetas Menores

Deus falou no passado por profetas (Hb 1.1) e a mensagem destes ainda tem relevância para os nossos dias, posto que a Bíblia assevera que ''toda a Escritura é inspirada por Deus'' (2Tm 3.16, ARA), servido para nossa edificação espiritual, ou seja, ''para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra'' (2Tm 3.16,17). Porém, é claro que as profecias e orientações do Antigo Testamento devem ser vista sempre á luz de Cristo.
Os apóstolos Mateus e João, e o próprio Jesus, afirmam o cumprimento das Escrituras dos profetas do Antigo Testamento em Cristo (Mt 26.56; Lc 24.47; Jo 1.45)

A mensagem dos profetas
do Antigo Testamento
não era apenas preditiva.
Esses homens de Deus
eram sobretudo, pregadores
morais e éticos.

Jesus ressaltou que toda a mensagem da Lei e dos Profetas do Antigo Testamento é cumprida em sua regra áurea (Mt 7.12), e os apóstolos Tiago e Paulo frisaram que a mensagem dos profetas do Antigo Testamento é essencialmente a mesma da Igreja no Novo Testamento (At 15.15-17; 26.22,23). Paulo sublinhou também que ''que tudo que dantes foi escrito [no Antigo Testamento] para nosso ensino foi escrito, para que , pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança'' (Rm 15.4). Logo, entendemos que a mensagem dos profetas do Antigo Testamento '' são de máxima importância para a vida espiritual do cristão. A sabedoria e as leis morais de Deus, no tocante a cada aspecto da vida, bem como sua revelação a respeito dEle mesmo, da salvação e da vinda de Cristo, são de valor permanente''.
A mensagem dos profetas do Antigo Testamento não era apenas preditivas. Esses homens de Deus eram, sobretudo, pregadores morais e éticos, vigias, sentinelas levantados por Jeová para despertar e exortar suas respectivas gerações. Durante as dominações assíria, babilônica e persa, Deus levantou esses homens para ora conclamar o povo de Israel ao arrependimento, ora reanimá - los; e, em suas exortações proféticas, eles denunciaram e combateram contundentemente a corrupção, o abuso de autoridade, a injustiça social, a idolatria e o arrefecimento espiritual e a frouxidão moral do povo, o que atesta a atualidade premente dessas exortações para os nossos dias - ou melhor, para todas as épocas.

Os Profetas Menores e o Messias

Mas os Profetas Menores, como já afirmamos, também são, sim, notabilizados por suas mensagens Messiânica e escatológicas, de maneira que eles concluem o Antigo Testamento com um clima de esperança e expectativa em relação á Primeira Vinda do
Messias e trazendo vislumbre do reino milenar de Cristo sobre a Terra, temas abordados no Novo Testamento. São, portanto, uma excelente porta de entrada para os livros neotestamentários. Como bem ressalta Dionísio Pape,

é altamente sugestivo que, após o longo silêncio do período intertestamentário,
o Novo Testamento se abre com Jesus Cristo e a escolha dos doze apóstolos
como pregoeiros das Boas Novas de Salvação. Essa relação histórica entre
as promessas dos Doze no início do Novo Testamento deve despertar no povo
de Deus o afã de conhecer mais profundamente os escritos inspirados dos doze
profetas menores, que ainda nos falam hoje. [...] A palavra dos profetas menores
é uma mensagem de justiça e esperança para hoje.

Muitas são as profecias relativas ao Messias que aparecem nas páginas dos Profetas Menores. Em Oseias, lemos que o Messias seria o Filho de Deus (Os 11.1a c/c Mt 2.13-15), seria chamado do Egito (Os 11.1b c/c Mt 2.13-15) e venceria a morte (Os 13.14 c/c 1Co 15.55-57). Em Joel, foi predito que o Messias ofereceria a salvação para todos (Jl 2.32 c/c Rm 10.12,13). Em Amós, é anunciado que Deus com que o céu se escurecesse ao meio-dia, como ocorreu na morte do Messias (Am 8.9 c/c Mt 27.45,46).
Em Miqueias, é predito que o Messias nasceria em Belém (Mq 5.2b c/c Jo 15.10) e que veio da Eternidade (Mq 5.2 c/c Ap 1.8). Em Ageu, é predito que o Messias visitaria o Segundo Templo (Ag 2.6-9 c/c Lc 2.27-32) e que seria descendente do governador Zorobabel ( Ag 2.23 c/c Lc 3.23-27). Em Zacarias, o Messias seria Deus encarnado e habitaria entre seu povo (Zc 2.10,11a c/c Jo 1.14), seria enviado por Deus (Zc 2.10,11b c/c Jo 8.18,19), o descendente do governador Zorobabel (Zc 3.8 c/c Lc 3.23-27), o Servo de Deus (Zc 3.8b c/c Jo 17.4), Sacerdote e Rei (Zc 6.12,13 c/c Hb 8.1), recebido com alegria em Jerusalém (Zc 9.9a c/c Mt 21.8-10), visto como Rei (Zc 9.9b c/c Jo 12.12,13), justo (Zc 9.9c/c Jo 5.30), estaria trazendo a salvação (Zc 9.9 c/c Lc 19.10), seria humilde (Zc 9.9 c/c Mt 11.29), apresentado a Jerusalém montado num jumento (Zc 9.9 c/c Mt 21.6-9), a pedra de esquina (Zc 10.4 c/c Ef 2.20), rejeitado por Israel (Zc 11.10 c/c Lc 19.41-44), traído e trocado por trinta moedas de prata (Zc 11.12 c/c Mt 26.14,15), as trinta moedas de prata seriam lançadas na Casa do Senhor (Zc 11.13a c/c Mt 27.3-5), e uadas para comprar o campo do oleiro (Zc 11.13b c/c Mt 27.6,7), o corpo do Messias seria transpassado (Zc 12.10 c/c Jo 19.34), Ele seria um com Deus (Zc 13.7a c/c Mt 26.31-56).
Em Malaquias é anunciado que um mensageiro prepararia o caminho para o Messias (Ml 3.1a c/c Mt 11.10), que o Messias apareceria subitamente no templo (Ml 3.1b c/c Mt 11.15,16), que seria o mensageiro da Nova Aliança (Ml 3.1c c/c Lc 4.43), que precursor do Messias viria no espirito de Elias (Ml 4.5 c/c Mt 3.1,2), e que esse precursor converteria muitos a justiça (Ml 4.6 c/c Lc 1.16,17).

Divisões dos Livros

Os Profetas Menores podem ser divididos em Pré-Exílios (antes do Exílio Babilônio) e Pós-Exílios (depois do Exílio da Babilônia). O Pré-Exílios são Oseias, Joel, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque e Sofonias; Os Pós-Exílios são Ageu, Zacarias e Malaquias.
Outra forma de organizarmos esses livros é olhando para qual público se dirigiam. Dessa forma, podemos também dividi - los também em livros com mensagens voltadas ao Reino de Judá (Joel, Miqueias, Habacuque e Sofonias), Livros com mensagem voltadas para o Reino de Israel (Amós e Oseias), livros com mensagem voltadas para ás nações (Jonas, Naum e Obadias) e livros com mensagem voltadas aos judeus remanescentes pós-exílio (Ageu, Zacarias e Malaquias). Os profetas do Reino de Israel profetizaram no oitavo século; o de Judá, no oitavo e sétimo séculos; e os pós-exílicos, no sexto e no quinto séculos.